Assim
que o filho cresce, os pais ensinam-lhe outra lição – a importância da leitura
e oração. “Filho meu, se aceitares as
minhas palavras, e esconderes
contigo os meus mandamentos, para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido, e para inclinares o teu coração ao entendimento...” (Pv
2:1-2). Quatro verbos são usados aqui para descrever a
leitura da Palavra com propósito e convicção. Estas quatro palavras não
descrevem uma leitura negligente das Escrituras; elas implicam num estudo
diligente e organizado.
Há
uma série de razões pelas quais o Cristão deve ler sua Bíblia. A razão
preeminente é para aprender mais de Cristo. “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida
eterna, e são elas que de Mim testificam” (Jo 5:39; Lc 24:25-27, 44).
Cristo é o tema de toda a Escritura. Quando Deus a escreveu pelo Espírito
Santo, Ele tinha o Seu Filho diante d’Ele, e Ele a estabeleceu para que se vamos obter alguma bênção pela leitura das Escrituras,
devemos tê-Lo diante de nós também! Isso resultará em grande alegria (Jr 15:16;
Sl 119:162).
Um
Cristão também lê sua Bíblia para obter luz e orientação para
o seu caminho, pelas quais é guardado das veredas do destruidor (2 Tm
3.15; Sl 17:4, 19:7, 119:105, 130; 2 Rs 6:8-12).
Outra
razão pela qual o Cristão lê é para crescer espiritualmente
na graça de Deus, enquanto o caráter de Cristo é formado nele (1 Pe 2:2; 2 Co
3:18).
Ele
também lê a Bíblia para aprender de suas bênçãos espirituais,
que estão em Cristo, sobre as quais é edificado e firmado na santíssima fé (At
20:32; Rm 16:25-26; Jd 20).
Ele
lê para receber conforto, força e gozo no tempo de
prova e de sofrimento (Rm 15:4; Sl 119:49-50.)
Ele
lê para purificar a sua alma das impurezas e do pecado
com a lavagem da água pela Palavra, e, se necessário, produzir arrependimento e
confissão, e restauração ao Senhor. As Escrituras têm uma maneira de purificar
nossa alma de uma forma prática (Sl 119:9; Ef 5:26; Sl 19:7).
Ele
lê para aprender dos eventos futuros, pelos quais é
instruído no propósito de Deus em glorificar Seu Filho no mundo por vir, em
duas esferas: no céu e na Terra (2 Pe 1:19-21; Ap 1:1-3; Ef 1:10).
A
exortação dos pais continua; “E se clamares por entendimento, e por inteligência alçares a tua voz, se como a prata a buscares e como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de
Deus” (Pv 2:3-5). Mais quatro verbos são usados aqui para descrever a oração diligente. Estes quatro verbos vão além de
simplesmente “proferir” orações. Orar é falar reverentemente com o Senhor Jesus
e com Deus, o Pai (1 Tm 4:5 – JND). Todo Cristão deve ter uma pronta comunicação com o Senhor.
Um
Cristão ora porque deseja ter comunhão com o Senhor e Sua companhia. Ele confia
no Senhor (Pv 16:20 – JND), derramando seu coração diante d’Ele como se fosse ao seu amigo
mais próximo (Sl 62:8).
Ele
ora para expressar a sua dependência do Senhor em questões de orientação e
direção na vida (Sl 16:1; Pv 3:5-6; Lc 11:3; Ed 8:21).
Ele
ora (intercede) por outros (1 Tm 2:1; Cl 4:3). Ele
traz para o Senhor as muitas necessidades das pessoas no mundo, e entre os seus
irmãos, pedindo-Lhe para ajudá-los em suas necessidades específicas.
Um
Cristão ora para pedir ao Senhor pelas coisas que ele tem necessidade em sua
própria vida (Jo 14:13-14, 16:23-24; 1 Jo 3:22, 5:14-15).
A
leitura das Escrituras e a oração andam juntas – de fato você não pode
separá-las. Note que as duas coisas são baseadas na palavra condicional “se” (vs. 1, 3). Isso mostra que somos responsáveis em fazer
essas coisas. Pais piedosos procurarão levar a Palavra de Deus diante de seus
filhos quando eles são jovens, tendo leituras bíblicas na família, etc. Mas o
objetivo real nela é que, enquanto as crianças crescem, eles vão manter a
leitura e oração para si mesmos. Quando eles são jovens, os pais leem e oram
com eles como uma espécie de sistema de apoio. Mas, com o tempo, eles devem
começar a colher algo para si mesmos da Palavra de Deus. É uma alegria especial
para todos os pais quando veem os jovens em sua família tomando a Palavra e lendo-a
por si mesmos. O grande ganho na leitura assídua e na oração diligente é que
ganhamos “sabedoria”, “conhecimento”,
e “entendimento” diretamente da mão do Senhor (v. 6).
Então,
há algo mais acrescentado nos versículos 7-9; a necessidade de andar na verdade aprendida. “Ele reserva a
verdadeira sabedoria para os retos: escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guarde
as veredas do juízo: e conserve o caminho dos seus santos. Então entenderás
justiça, e juízo, e equidade, e todas as boas veredas”. A prática do que
aprendemos na Palavra é importante para o progresso espiritual em nossa vida.
Alguns parecem não crescer porque não colocam em prática a verdade que
conhecem. Há promessas adicionais aqui para aquele que anda (pratica) na
verdade. Ele vai entender “justiça, e juízo, e equidade”.
Temos,
então, nos primeiros nove versículos deste capítulo, leitura, oração e andar na
verdade. Essas coisas são o “salva-vidas” espiritual do crente. O Cristão que
negligencia a sua Bíblia e não se preocupa com a oração está se dirigindo a
momentos difíceis na vida. Além disso, se não colocarmos em prática o que
aprendemos, não seremos preservados. O simples conhecimento da verdade não nos
preservará no caminho! Estas são coisas sérias e solenes a serem consideradas.
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